sexta-feira, 7 de maio de 2010

SOM e FÚRIA II

Post rápido, por dois motivos.

Primeiro, para dizer que já chegou ao Brasil Guerra dos Reis, que mostrará o destino de Raio Negro e dos Inumanos partindo pra cima dos Krees e reivindicando o trono imperial da raça, entrando em choque com os Shiars liderados por Vulcano, conforme já havia anunciado em post anterior. Parece interessante (como o Doggma, do excelente Black Zombie, já havia dito).
Em segundo lugar, para compartilhar este inédito e exclusivo cube papercraft do rei dos Inumanos, feito por mim mesmo.

Cubecrafts seriam algo como versões estilizadas ou hiperdeformadas (criadas pelo designer Christopher Beaumont) de personagens famosos da cultura pop, como dos quadrinhos, que anda fazendo sucesso na net atualmente (vide Sedentário Hiperativo e Puny Parker). Fiz este aqui em homenagem a um personagem de que gosto bastante, Raio Negro. Até onde eu saiba, é o único cubecraft já feito dele, e disponibilizo de antemão pra quem quiser montar e ter esse bonequinho simpático na sua estante, hehehe. Não levam cola, são fáceis de se montar, e servem como um bom presentinho nerd, ou uma lembrancinha feita à mão para aqueles momentos em que você não sabe o que dar de presente para alguém.

Para download em melhor definição, cliquem aqui.

(se porventura o link não funcionar, informem nos comentários).

Ainda em relação ao artigo anterior sobre Raio Negro, já havia falado que a Panini iria relançar Terra X, agora em versão integral. Pois é, lançou, já li, e aguardem um post futuro sobre isso aqui no blog...

sábado, 1 de maio de 2010

Os maiores super-heróis do mundo

Há não muito tempo comprei o encadernado Os Maiores Super-heróis do Mundo, da DC comics, confeccionado pela Panini Books. Eu sabia que os desenhos eram do Alex Ross, que pinta os quadrinhos como se fossem quadros, o que já valia o alto preço da revista. Porém, a qualidade das imagens, definitivamente, não é o único aspecto admirável do material. As histórias abordam um lado mais social dos super-heróis. Em nenhuma delas o foco é a ação. Não há combates físicos contra super-vilões. Apenas heróis, usando seus poderes para tentar fazer do mundo um lugar melhor.


Na primeira história – Super-homem: paz na Terra –, o Super-homem decide enfrentar um problema que está muito além de suas capacidades: a fome. Ele sabe que não poderá acabar com a fome no mundo. Entretanto, para dar o exemplo, já que ele em si é um ícone de referência para diversas pessoas, decide usar um dia de sua vida para transportar excedentes de comida por todo o planeta, usando seus poderes (superforça, supervoo) para carregar a maior quantidade de alimentos para a maior quantidade possível de países. As situações que ele enfrenta, as reações das pessoas, o que ele vê... tudo isso faz com a que a história seja tocante. Há até uma imagem do último kryptoniano sobrevoando o Rio de Janeiro (de duas páginas, em formato gigante), mas a que decidi escolher foi a de cima, que representa mais a impotência do mais imponente dos super-heróis diante de um problema tão complexo.

A segunda história do encadernado é Batman: guerra ao crime. A julgar pelo título, parece mais uma história de ação do homem-morcego. Entretanto, o que vemos nela não é um Batman espancando bandidos, e sim preocupado com um bairro pobre, os problemas sociais e financeiros que fazem com que as pessoas acabem caindo na marginalidade. De quebra, mostra como a luta contra o crime não depende só do herói, mas também de seu alter-ego, o milionário Bruce Wayne. Ele acaba vendo, na figura de um garoto cujos pais foram mortos por conta da violência urbana, como ele próprio poderia ter tomado o caminho errado, se não fosse a riqueza herdada e a educação prestado por Alfred.

A terceira história é Shazam! O poder da esperança. Nesta o Capitão Marvel visita crianças doentes, conta a elas histórias de suas aventuras e realiza alguns de seus desejos, como voar pelos céus e conhecer animais selvagens de outro país. Além de protegê-las dos perigos não só de super-vilões, como de vilões que pegam um taco de beisebol para bater no próprio filho.

A história seguinte é da Mulher-maravilha, cujo subtítulo é O espírito da verdade. Existem sim as cenas de aventura e combate da super-heroína, porém, também há momentos em que ela compara o mundo dos homens com Themyscira, a ilha das amazonas, muito mais avançada em termos filosóficos e sociais. O que pode fazer para que aquela sociedade seja mais parecida com esta? Além disso, na história é abordada sua função de embaixadora da paz e como, apesar de todo o reconhecimento, ela ainda é discriminada por ser mulher. Uma observação interessante: ela se envolve em problemas em países do extremo oriente e árabes.


E então, vem uma pequena história, chamada Origens Secretas, sobre alguns dos legionários e suas origens: o que os deu poderes ou o que os tornou heróis. É só uma pausa nas reflexões, já que as histórias anteriores todas começavam com a origem do herói em questão.

Por fim, vem a história Liberdade e Justiça, da Liga da Justiça. Nela o tema central é a sensação do Caçador de Marte em relação ao nosso mundo, como a aparência é algo importante. Além disso, a Liga da Justiça combate... uma doença. Não, não é um super-vilão, é uma doença mesmo, que está se espalhando pela África. Existe uma série de delicadezas políticas que fazem com que essa missão não seja muito fácil de se cumprir. Como de praxe, todos os justiceiros dão o máximo de si não só para não deixar a doença espalhar, mas também para salvar os já contaminados.


Enfim, um prato cheio! Aconselho o encadernado a qualquer leitor, seja da DC, seja de outras editoras. Aconselho até àqueles que não são leitores de quadrinhos, pois mostra uma abordagem diferente do conceito de herói. Foi o encadernado mais caro que eu já comprei, até hesitei antes de concluir a compra. No entanto, depois de ler, acredito que valeu cada real.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Teoria da Variação dos superpoderes


Que os super-heróis e os supervilões têm superpoderes, todo mundo sabe. O que nem todo mundo reparou é que os poderes dos heróis varia, de acordo com a situação e circunstância. Não estou falando sobre motivação, como o esforço da Mulher-invisível para manter o campo de força, ou o empenho heroico do Thor, que lhe permite arrancar forças de uma pequena fagulha de seu ser. Esses são motivos plausíveis, do ponto de vista narrativo. Legal. Estou falando de outra coisa...

Adequação ao oponente
Uma variação que acontece constantemente é o herói se adequar ao vilão, ou o vilão ao herói. É quando um vilão não muito poderoso enfrenta um herói bem melhor e mesmo assim a porrada é acirrada. O Super-homem mesmo é megapoderoso. É o mais forte de todos, é invulnerável, voa mais rápido que todos, dispara uma visão de calor que corta e derrete todos! E ainda percebe o inimigo chegando à distância, porque ele enxerga mais longe do que todos (e através das coisas), e ouve todos os sons que todos os seres fazem em todos os países. O cara é uma apelação com um S no peito e as cores dos Estados Unidos! E não se deparou, ao longo dos anos, com inimigos muito inferiores a ele? E eles não deram trabalho? Ele não apanhou bastante até conseguir vencer?
Talvez o Super-homem seja realmente o maior cavalheiro do mundo (mais uma para sua lista de recordes). Para não humilhar muito os oponentes, dá uma chance, se coloca mais no nível do vilão. É covardia usar todo seu poder contra um vilão mais fraco. O que explica, então, o Pantera Negra rendendo o Surfista Prateado com uma chave-de-braço? Veja bem: Estou falando do Pantera Negra vencendo o SURFISTA PRATEADO!!!!!! Aquele cujo nome é oficialmente escrito em letras maiúsculas e com pelo menos cinco exclamações. Não sei... talvez os heróis e vilões estejam se tornando muito profissionais, que nem os times de futebol, e aí fica todo mundo mais pareado e dá essas zebras... Eu, particularmente, invisto na teoria da variação do poder. Veja o segundo caso, logo abaixo, para averiguar se estou certo...

Membro de uma superequipe
Esse caso é ainda mais recorrente que a adequação aos oponentes. Basta um superser entrar para uma equipe e seu poder automaticamente diminui. Quer um exemplo clássico entre os vilões? O Sexteto Sinistro. O Homem-aranha pena para vencer o Doutor Octopus no mano-a-mano. Quando ele monta uma equipe, com vários dos principais inimigos do Aranha, não é que o herói vence também? Estou dizendo, os poderes diminuem quando se faz parte de uma equipe.
Já ouvi a explicação de que os vilões não sabem agir em equipe, acabam se atrapalhando e o Aranha, tirando proveito disso, consegue vencer todos eles. É o que provavelmente os defensores do Homem-aranha estão pensando agora... E os heróis? Não treinam pra cacete? Não procuram sempre agir em equipe, com ataques coordenados? Pois os casos dos super-heróis cujos poderes diminuem ao fazer parte de uma superequipe são ainda muito mais frequentes que no caso dos vilões. A Liga da Justiça mesmo... quantos dos inimigos que elas enfrentam não poderiam, honestamente, ser derrotados pelo Super-homem sozinho? Tá, tudo bem, o Super-homem é muito gentil, e não quero dar a impressão de que estou enchendo o saco do maior ídolo dos quadrinhos. Que tal os Vingadores? Quando o Visão foi criado por Ultron, não foi uma ameaça para toda a equipe? Não lutou contra todo o grupo de igual para igual? E depois, que se tornou membro dos próprios Vingadores, seus poderes não se reduziram? O que nos leva a uma segunda conclusão. Pela lógica utilizada nessa argumentação e pela observação prática das histórias, podemos concluir que: todo herói tem seus poderes reduzidos quando fazem parte de uma equipe, a não ser quando este mesmo herói se volta contra a própria equipe.
Puxa! Até o Homem-formiga já derrotou todos os Vingadores sozinho quando enlouqueceu... Não é querendo menosprezá-lo, só porque eu (confesso) não gosto dele, mas... ele não é exatamente o mais poderoso membro dos Vingadores que já existiu. Não estou falando do Gigante, nem outra de suas identidades, estou falando do Homem-formiga mesmo. Ele derrotou o Capitão América, o Pantera Negra, a Feiticeira Escarlate, o Magnum e o Visão juntos! Isso mesmo! Sozinho ele venceu o mesmo Pantera Negra que derrotou o SURFISTA PRATEADO!!!!!! e o mesmo Visão que deu trabalho para a equipe inteira no passado.


Esquecimento súbito
Outra coisa que tenho observado, que é uma variação da diminuição do poder, é seu súbito esquecimento. Não sei... Acho que é tanta gente lutando que o próprio personagem fica desnorteado e esquece de um poder. O Caçador Marciano mesmo é pego e não consegue escapar de alguns vilões durante algum tempo, até que uma hora ele se pensa: “Hum! Acabei de me lembrar que posso ficar intangível! São tantos os meus poderes que não me ocorreu antes...” E também vimos várias vezes um poder, que o personagem sabe que tem, só ser usado quando ele está a um triz de ser derrotado. Diante da iminente derrota, ele lembra: “Ah! Vou usar tal poder de tal forma, como já fiz diversas vezes e deu certo! Acho que esse vilão mesmo eu já derrotei assim... não lembro direito... preciso comer mais peixe”. Existem certos personagens aí que podem usar uma certa visão de calor associada a uma certa visão além do alcance para derrotar os inimigos à quilômetros de distância, sabe... mas quase nunca recorre a esse poder... Não quero dizer o nome do personagem para não ser acusado injustamente de perseguição.

sábado, 10 de abril de 2010

Super-Recorde em HQs

O Azulão deu o troco no Morcegão.

Na verdade, um fã (multi)milionário fez isso, no final de março se não me engano, ao comprar a edição Action Comics número 1, de 1938, por U$ 1.500.000,00 (um milhão e meio de doláres)!

A revista estava em muito bom estado de conservação, recebendo nota 8,5 de dez no índice do CGC (Certified Collectibles Group - Comics Guaranty).

Na época, há mais de 70 anos, a primeira aparição do Super-Homem era vendida, quem diria, a uns dez centavos de dólar, e hoje tornou-se a revista em quadrinhos mais cara da história, batendo o recorde anterior de Detective Comics 27, primeira aparição de Batman.

Fiquem agora com uma visão não-oficial mas bem interessante sobre o eterno embate Super-Homem contra Batman, retirado de um site em inglês, que ilustra bem a situação:
Eu sempre digo que tudo relacionado ao Super é apelativo...


P.S. - Uma pequena lista de exigências retirada do Universo HQ para se conceder pedigree a uma coleção:
a) Origem - ter sido criada por apenas um indivíduo, que comprou as revistas nas bancas na época do lançamento das mesmas;
b) Qualidade - o estado das revistas da coleção deve ser de alta qualidade, com uma classificação média de 8.0 no índice do CGC (Certified Collectibles Group - Comics Guaranty);
c) Abrangência - ter um grande volume de edições raras e importantes, ou abranger um período grande de um único titulo, gênero ou editora;
d) Aceitação do Mercado - O CGC e os colecionadores têm que continuar reconhecendo o nome da coleção e o pedigree de uma revista após a sua venda inicial.

Boa sorte, caro colecionador!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Mulheres (im)Possíveis

Este post é em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (mas que, devido a uma monografia, não saiu antes, mas tando no mês da mulher ainda tá valendo!). Falarei sobre algumas representantes do sexo feminino que, por algum motivo, mais me atraem ou atraíram ao longo dessas décadas lendo HQs. E não, não só por sua beleza física e corpo escultural - afinal, que mulher nos quadrinhos NÃO possui beleza estonteante e corpo perfeito? (Bom, há uma, e ela está na minha lista).
Paradoxalmente, apesar de não haver muitas personagens femininas em quadrinhos, quando comecei a montar essa lista confesso que tive dificuldades para não torná-la maior do que já está. É, havia muitas personagens cativantes de algum modo, e tive de rifar muitas. Vamos lá:
Mulher-Maravilha,

Apesar de ser o "Super-Homem de saias", a escoteira, perfeitinha demais, Diana não poderia ficar de fora de qualquer lista que envolva as palavras mulheres e super-heroínas. Ícone feminista, é até de se estranhar a escolha, visto a quantidade de fetiches que caracterizam a própria personagem. Uma semideusa grega, com corpo perfeito, vestida com a bandeira americana (estrelinhas e tudo), laçadeira, que perdia sua força quando presa por um homem! Fala sério, vai dizer que o Dr. William Moulton Marston não tava fazendo isso por querer! Ótima descrição feita pela Lois sobre ela em DC 70 Anos: Mulher-Maravilha (Lois Lane, uma mulher, jornalista, sobre ela: "Então você a vê, e, ao contrário da maioria das pessoas, cuja REALIDADE NUNCA se compara a reputação... a PERFEIÇÃO dela deixa você no chão. Mulher Pós-Feminista-Pra-Valer. Com M maiúsculo. Arte em movimento. BELEZA. Ela é uma MULHER-MARAVILHA"). Mulher-MaravilhOSA, como diriam Besouro Azul e Gladiador Dourado. Não gosto tanto dela como personagem, mas gostaria de vê-la ao vivo, se existisse, na vida real. E quem não gostaria...

Tempestade,
Mulher, negra, africana, mutante. Tinha tudo para não ser bem-sucedida, mas, graças à predileção de Chris Claremont (praticamente o pai do universo mutante como o conhecemos) por ela, assim como John Byrne era apaixonado pela Mulher-Hulk, a personagem, que era tida como uma deusa na África, perdeu a inocência, virou radical, adotou corte de cabelo e estilo punk, ganhou a liderança dos Morlocks numa briga com Callisto, perdeu seus poderes e mesmo assim se manteve como a segunda maior líder dos X-men! Foi talvez uma das mutantes com maior evolução desde sua primeira apresentação, inclusive com complexidades acerca de seu passado como ladra no Cairo sendo adicionadas e enriquecendo seu histórico (quem não se lembra de sua fase "Tempestinha", em que trouxe Gambit, um dos X-men mais queridos da época). E nos cinemas foi interpretada pela beldade Halle Berry (que inclusive exigiu mais espaço para a personagem, julgando que a importância da mesma nos quadrinhos dignificava essa ação). E como dignificou! Por tudo isso, palmas para Ororo, que merece estar aqui também!

Mulher-Invisível,
Susan passou por vários arquétipos ao longo de sua carreira: primeiramente, de mocinha em apuros, parte mais fraca, virou a mais poderosa da equipe (aliás, esse é meio que um costume Marvel: vide Jean nos X-Men, Feiticeira Escarlate nos Vingadores, Tempestade também nos X-Men...), ela é o único elo que une todos os membros do Quarteto (percebam o quanto são raras as interações do Tocha diretamente com Richards, a não ser por meio da Sue). Tornou-se oficialmente esposa ao casar-se com Reed, depois mãe, papel pouco desempenhado por heroínas. Susan na verdade representa a mulher moderna, mulher profissional que trabalha fora mas que também cuida de casa, modelo não só de profissionalismo (se é que ser heroína é uma carreira), como também de mãe e esposa. Não é à toa que, ao final de The Pulse, Jessica Jones vá tratar diretamente com Susan sobre suas inseguranças, graças a Carol Danvers. Apesar de tudo, ainda é falha, foi dominada pela influência do Homem-Psíquico que aflorou seu lado ruim (Malice), tem seus momentos de fraqueza, principalmente quando um certo rei submarino está presente (a conversa dela com Alícia sobre Namor em Quarteto Fantástico 1234, de Grant Morrison, é ótima: "por que todos acham que sou tarada no corpo do Namor?"). Ainda assim, representa o sonho de todo nerd, afinal de contas o cara mais inteligente da escola no fim se casou com a menina mais bonita da turma, certo, Reed?

Kitty Pryde,

Orgulho dos X-men. Por essa daqui tenho um apreço particular. Talvez a única digna de deter o título de pertencer à Escola para Jovens Superdotados do Prof. Xavier. Verdadeira superdotada, inteligência acima da média, facilidade para lidar com equipamentos eletrônicos e computadores (assombrou Cifra e Capitão Britânia com seus conhecimentos), nunca foi a mascote do grupo, mesmo quando era a mais nova dos X-Men. Enfrentou sozinha um N´Garai dentro da Mansão X numa ótima história (Uncanny X-Men 143 ou Superaventuras Marvel 42), foi o pilar para a história Dias de Um Futuro Esquecido (uma das mais importantes do universo mutante), iniciou uma parceria com Wolverine que lhe valeu habilidades ninja (outro bom momento quando Kitty passou a rulear um internato para garotas no interior da Inglaterra quando fazia parte do Excalibur). Kitty teve um amadurecimento muito bom e precoce (quem não se lembra da memorável frase: "Professor Xavier é um idiota!"; grande personalidade, Katzen!), principalmente após o Massacre de Mutantes e após a ótima passagem em Surpreendentes X-Men de Joss Whedon. Não foi pra menos que uma personagem tão boa assim apareceu em X-Men 3 (uma das poucas coisas que se salvam no filme, na minha humilde opinião). Kitty provavelmente seria alguém com quem eu gostaria de bater um bom papo...

Velta,
Ela é loiraça, gostosa e tem dois metros de altura! Mas ela não é sueca, é brasuca, qualidade 100% nacional. Musa dos quadrinhos brasileira, Velta foi criada em 1973 por Emir Ribeiro. Embora com uma origem não tão original assim, a loira foi revolucionária, andando em trajes sumaríssimos e combatendo o crime na década de 70 por essas bandas tupiniquins. O que mais me atrai na personagem (tudo bem, não o que MAIS me atrai, mas a segunda coisa que mais me atrai) é que ela é de uma complexidade tal que daria ótimas histórias, se bem aproveitadas num enredo bem construído. Apesar deste corpaço e desses dois metros intimidantes (fetiche do próprio criador?), Velta na verdade é a tímida adolescente Kátia, sem idade pra dirigir ainda. Sedutora e virgem. Contradições e paradoxos numa mesma personagem. Boa ideia que poderia ser bem aproveitada. Mas fiquemos com sua imagem que já tá bom demais!

Mina Murray,
Essa é minha menina dos olhos... a verdadeira líder da Liga Extraordinária (esqueça por completo a porra do filme!). Imaginem o que é ser uma mulher da alta sociedade divorciada, sem marido, na era vitoriana. Essa é Mina Harker, que desbancou por completo o salto alto de Quartermain e de Nemo. Personalidade forte, corajosa, acostumada a encarar monstros e colocá-los no seu devido lugar. Botou Hyde nos eixos, sendo provavelmente a única que ele respeita. Extremamente inteligente, sacou logo de cara a identidade do benfeitor da Liga, o misterioso M. E, além de tudo, linda. Apaixonei. Sério mesmo. Depois que terminei de ler Liga Extraordinária, só pensava na Mina Harker, pra mim, de longe, a melhor personagem dos dois volumes até então já lançados em português. Frente a todos os demais protagonistas retirados da literatura mundial por Alan Moore, imaginem só, originalmente, na história de Bram Stoker, Mina é uma personagem secundária, a "mocinha" da história causadora dos conflitos na trama e que deve ser salva no final. Mas na Liga ela tomou a frente e destacou-se como protagonista na Inglaterra machista e preconceituosa da época. Mullher exemplar, quem não conhece, leia e veja com seus próprios olhos. Na minha lista pessoal, ela ficaria no Top 3.

Morte, Tudo bem, sei que esta aqui não é bem uma mulher, mas... Uma das maiores sagacidades de Neil Gaiman foi ter acabado com o estereótipo da caveira com foice nas mãos e ter apresentado uma Morte... cheia de vida! Simpática, alto astral, linda, cativante, apaixonante. Talvez sua criação tenha se tornado mais famosa que o personagem principal, ajudou a popularizar um dos acessórios mais utilizados pelas roqueirinhas de hoje que exibem ankhs por aí (a maioria talvez nem saiba o porquê!), graças à estilosa irmã mais velha de Morpheus. Inesquecível, e sob o traço limpo de Chris Bachalo, exuberante. Queria ser levado por uma antropomorfização da ceifadora linda e simpática assim quando chegasse minha hora...

Jessica Jones (Alias),
Minha maior surpresa ao folhear as páginas de Marvel Max. Pensava que iria achar Poder Supremo o melhor da revista, mas a grande descoberta foi Alias, e me rendi ao carisma de Jessica Jones. Extremamente humana, erra pra kct, mas aprende com erros, toma na cabeça e se levanta, e além de tudo, ousa. Inteligente, puta coração, madura, não usa mais uniforme colante colorido por, segundo palavras suas, já ter crescido e se tornado adulta (ou pelo menos não usava até Heroic Age, de acordo com os teasers liberados pela Marvel...). Histórica a lição que ela dá em J.J.Jameson em sua edição 10, imperdível, a guria dá de dez! Uma das melhores coisas que a Marvel fez foi ter impedido Michael Bendis de utilizar a Mulher-Aranha (Jessica Drew), como era sua intenção inicial, fazendo-o criar Jessica Jones. A pior coisa que a Marvel fez, devido ao sucesso perante o público, foi trazê-la pro universo normal da editora, quando a personagem foi sendo jogada pra escanteio e subutilizada... Jessica merece mais!

Branca de Neve,
Esqueçam o conto de fadas. A personagem principal de Fábulas (Vertigo), verdadeira líder das fábulas no exílio, aguentou o baque da traição do Príncipe Encantado com sua irmã Rosa Vermelha, teve um caso com o Lobo (é, ele mesmo, o Mau!), suportou uma gravidez esquisita, vingou-se fria e calculadamente dos anões e engabelou majestosamente o sultão de 1001 Noites (no especial de mesmo nome) que a mantinha cativa: não é à toa que Neve se recuperou de um tirombaço na cabeça dado por Cachinhos Dourados, por ser a fábula mais querida do mundo! Ultrapassou em muito o conceito inicial, grande abordagem da personagem feita por Bill Willingham. Nunca mais vejo o desenho da Disney sem respeitá-la pela inteligência prática que acumulou em sua longa vida cheia de percalços. Parabéns, Neve!

Arsênica (Gert),
Gertrude Yorkes, ou Gert, dos Fugitivos. A mais irônica, sarcástica, cética, dos filhos do Orgulho. Uma personagem feminina única, por ser heroína e... gordinha! Pois é, exceção de todas super-heroínas, talvez mostra-se a mais real de todas: não é porque você ganhou superpoderes (ou, no caso dela, um dinossauro) que de uma hora para outra você se torna miss universo! Gert é a mais culta e inteligente dos Fugitivos, rivalizando apenas com Alex Wilder (ela era a primeira a entender os planos de Alex enquanto este era líder do grupo), descobriu por si própria como funcionava a capa do Manto e ajudou a salvá-lo. Uma geniazinha pra sua idade. Sua versão do futuro, como vista no volume dois dos Fugitivos, é líder dos próprios Vingadores! Fala sério, por tudo isso, Gert merece estar nesta lista, quebrando todos os paradigmas super-heroísticos! Uma pena ter tido destino tão trágico...

E parabéns a todas as mulheres, reais ou não, que encantam nossos dias, por um motivo ou outro, e que nos agraciam com suas belezas, inteligências, forças e presenças! Feliz dia internacional da mulher! Ou semana! Ou mês!


Filme sugerido 1: 8 Mulheres (8 Femmes, 2002)

Filme sugerido 2: Fargo (1996).

Música sugerida: Girls just wanna have fun, Cindy Lauper.

Ponto turístico sugerido: Isla Mujeres.

Obra de arte sugerida: O nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Vertigo - a revista mensal

Já está no número 3 a revista mensal Vertigo. Trata-se da nova publicação da Panini, fora da Marvel e da DC tradicional. Para quem ainda está em dúvida quanto a comprar ou não, ou simplesmente quer uma opinião, coloco aqui alguns comentários. Aliás, colocamos aqui alguns comentários: dessa vez eu e Rodrigo faremos um post conjunto, com a opinião de ambos sobre cada história que está sendo narrada.

Lugar Nenhum

GUILHERME: A história é um tanto... exótica. Ela retrata um submundo de Londres com certa magia, dos esgotos às esquinas mais escuras. Existe uma certa bizarrice presente nesse aspecto, nada que prejudique a narração. Os momentos "Além da Imaginação" (como a passagem em que ninguém mais na história repara que o personagem principal existe) são interessantes e o enredo com certeza é envolvente, me faz querer saber onde tudo vai dar. Vale a pena! Só uma observação: o roteiro de Lugar Nenhum não é escrito por Neil Gaiman, e sim baseado em um romance do autor. Acho, contudo, que o roteirista Mike Carey tem feito um bom trabalho.
RODRIGO: Tô com o livro da história original na fila para ler, mas já gostei do início apresentado em quadrinhos. Gosto da ideia (recorrente) de um mundo "subterrâneo", alternativo ou oculto ao lado/por detrás do mundo verdadeiro, real, ao qual somos pouco a pouco apresentados. A ilustração de Glenn Fabry está fazendo um ótimo trabalho nos mostrando este lado "invisível" de Londres.

Hellblazer

GUILHERME: Estou gostando da fase retratada. Para quem não conhece, as histórias de Constantine são baseadas em uso de magia “discreta” no mundo moderno. Particularmente gosto de HellBlazer, mas há fases que gosto mais que outras. Gostei do começo dessa. John Constantine estava sumido por um tempo e reaparece. As duas primeiras histórias fecham seu retorno, mas não fecham o arco. Estou curioso também para ver o desenrolar da história.
RODRIGO: Po, Constantine é Constantine, certo? Não é à tôa que a Panini escolheu ele para estrelar a capa da primeira edição da sua nova (e promissora) publicação. Gostei bastante desse primeiro enredo, com o mago inglês em sua velha forma resolvendo um mistério com sutilezas místicas. Confesso que não gostei muito do tom "mais realista" e violento das histórias anteriores, mas essa que se inicia nas páginas da nova revista Vertigo parece voltar ao tom certo do velho John. Sempre interessantes as presenças femininas em Hellblazer.


A Tessalíada
GUILHERME: Essa história não conta muito para quem não pensa em comprar as primeiras edições, uma vez que na Vertigo 4 ela terminará e abrirá o espaço para outra. Para quem pretende comprar do início, é uma história que vale a pena. Trata-se de uma Sandman apresenta, narrando a história da personagem Thessaly, que teve um papel importante nas histórias do Senhor do Sonhar. Também envolve magia e situações... oníricas, por assim dizer. Na minha opinião, tem sido a história mais divertida do pacote.


RODRIGO: Ao contrário do Guilherme, essa história não me cativou, não sei por quê. Talvez esperasse mais por ser do Bill Willingham (do ótimo Fábulas). Achei interessante a espécie de metalinguagem utilizada: "Culpe os escritores preguiçosos que ao longo da história nunca escreveram uma charada alternativa pra você", diz a protagonista à Esfinge grega. Apesar de descrever a Jornada do Herói, das diversas referências ao mundo de Sandman (como retratado no desenho acima), não sei, achei um pouquinho forçado, corrido, fácil demais. Esperemos a conclusão. Sobre o monomito apresentado e as várias referências, não deixem de conferir o hotsite da Panini comentando as edições e as histórias uma a uma, com muita informação legal lá (inclusive citando alguns dos personagens que aparecem na página 61 e outros).


Escalpo
GUILHERME: No início, não gostei. Não gostei mesmo! Retrata a história de um índio anti-herói, desses machões brutos que resolvem tudo na porrada e sempre vencem, xingando todas as gerações dos inimigos e até aliados. Sinceramente, pensei em simplesmente pular a história na revista, não ler mais. Porém, parece que a partir do próximo número, haverá um foco na história, pode ser que melhore, resolvi dar mais uma chance. Por enquanto, não tenho gostado. Questão de estilo... Para quem gosta de histórias recheadas de violência, pancadaria, um clima decadente e uma média de cinco palavrões por páginas, esta é a história certa.

RODRIGO: Realmente, não aprecio violência por violência desnecessariamente. Paradoxalmente, gosto de Garth Ennis, porque com ele é proposital, tosqueira pela simples tosqueira mesmo, e há graça nisso. No caso de Jason Aaron... tudo bem, o cara fez uma boa pesquisa e tal com o palavreado indígena norte-americano, pra mostrar a questão dos índios e seu modo de vida atualmente nos EUA, e isso é válido. Escalpo é mais pé-no-chão, quebra o lado fantasioso das outras histórias, mas é bom que o mix da revista seja versátil e tenha tudo isso, todas as vertentes para agradar fãs de diversos estilos do selo adulto. Eu, particularmente, não gosto de nada tão americanizado assim, personagens-rambo fodões e machões, e muitas vezes me lembrei de algumas antigas histórias solo do Wolverine, tanto pelo roteiro quanto pelos desenhos de Escalpo


Vikings
GUILHERME: É uma história medieval, dessas de guerreiros valentes que enfrentam com a espada os desafios no caminho, em uma jornada em busca da justiça ou algo parecido. Um clássico! Até o momento tenho gostado da história, mas gosto de histórias medievais. Minha visão até então é de que, quem gosta desse gênero, tem uma boa chance de gostar da história que está se desenrolando. Quem não gosta, provavelmente não vai se interessar. Até onde sei, não é um gênero que atrai o Rodrigo. Vamos ver o que ele diz a respeito....
RODRIGO: Hmmm, contrariando as expectativas (heheheheh), até que gostei desse início de Vikings! A história talvez tenha um bom desenvolvimento, e a arte achei muito boa, talvez isso tenha me atraído mais na história. Uma dúvida: por que será que a Panini traduziu a sérieNorthlanders (no original) para Vikings? Será apenas para se distanciar do título Nórdicos já consagrado em scans independentes e dar uma cara mais "eu-mesma-fiz-a-tradução"? Mudar o nome DMZ para ZDM tudo bem, aportuguesou a abreviação, mas mudar Nórdicos para Vikings? Sei não...








Filme sugerido 1: O Labirinto do Fauno (El laberinto del fauno, 2006).
Filme sugerido 2: Hellboy 2 (The golden army, 2008).
Livro sugerido: O Herói de Mil Faces, Joseph Campbell.


sábado, 27 de fevereiro de 2010

Detetive Milionário

Quando você leu o título do post imediatamente imaginou em quem? Batman, certo? Acertou. Mais ou menos. Detective Comics é milionária, não o morcego. Vou explicar:

Há alguns bons anos (meados de 1995), li pela primeira vez o quanto uma revista em quadrinhos poderia custar, e me assombrei. Tratava-se da Action Comics número 1, de junho de 1938, na qual aparecia pela primeira vez o Super-Homem (o primeiro super-herói). Este gibizinho estava cotado, na época em que eu li, em 175 mil dólares. Poxa, o preço de uma casa! Por apenas umas 20 páginas de papel vagabundo?

Nesta semana, a mesma revista foi leiloada por um milhão de doletas. Quer mais? Poucos dias depois, a Detective Comics número 27, estreia do Homem-Morcego, em maio de 1939, foi arrematada por U$ 1.075.000 (um milhão e setenta e cinco mil dólares)!

Batman, mais uma vez, venceu Super-Homem.

O vendedor da raridade adquiriu sua edição, na década de 60, por cem dólares. Já era caro para uma simples revistinha em quadrinhos na época, não? Calculem o lucro do sujeito quando vendeu, mais de quarenta anos depois, por mais de um milhão...

E aí, agora você se animou em guardar toda aquela sua coleção de revistas velhas e empoeiradas pra algum dia deixar seus filhos um pouquinho mais ricos? Más notícias: mesmo se você conseguir manter em bom ou ótimo estado de conservação suas preciosidades por cerca de sete décadas, elas devem ter eventos significativos (primeira aparição, origem ou similar), e devem ser as originais, em inglês, da época do lançamento... e você ainda tem de achar algum Bruce Wayne disposto a torrar milhões por "apenas uma revistinha"...