Há não muito tempo comprei o encadernado Os Maiores Super-heróis do Mundo, da DC comics, confeccionado pela Panini Books. Eu sabia que os desenhos eram do Alex Ross, que pinta os quadrinhos como se fossem quadros, o que já valia o alto preço da revista. Porém, a qualidade das imagens, definitivamente, não é o único aspecto admirável do material. As histórias abordam um lado mais social dos super-heróis. Em nenhuma delas o foco é a ação. Não há combates físicos contra super-vilões. Apenas heróis, usando seus poderes para tentar fazer do mundo um lugar melhor.
Na primeira história – Super-homem: paz na Terra –, o Super-homem decide enfrentar um problema que está muito além de suas capacidades: a fome. Ele sabe que não poderá acabar com a fome no mundo. Entretanto, para dar o exemplo, já que ele em si é um ícone de referência para diversas pessoas, decide usar um dia de sua vida para transportar excedentes de comida por todo o planeta, usando seus poderes (superforça, supervoo) para carregar a maior quantidade de alimentos para a maior quantidade possível de países. As situações que ele enfrenta, as reações das pessoas, o que ele vê... tudo isso faz com a que a história seja tocante. Há até uma imagem do último kryptoniano sobrevoando o Rio de Janeiro (de duas páginas, em formato gigante), mas a que decidi escolher foi a de cima, que representa mais a impotência do mais imponente dos super-heróis diante de um problema tão complexo.
A segunda história do encadernado é Batman: guerra ao crime. A julgar pelo título, parece mais uma história de ação do homem-morcego. Entretanto, o que vemos nela não é um Batman espancando bandidos, e sim preocupado com um bairro pobre, os problemas sociais e financeiros que fazem com que as pessoas acabem caindo na marginalidade. De quebra, mostra como a luta contra o crime não depende só do herói, mas também de seu alter-ego, o milionário Bruce Wayne. Ele acaba vendo, na figura de um garoto cujos pais foram mortos por conta da violência urbana, como ele próprio poderia ter tomado o caminho errado, se não fosse a riqueza herdada e a educação prestado por Alfred.
A terceira história é Shazam! O poder da esperança. Nesta o Capitão Marvel visita crianças doentes, conta a elas histórias de suas aventuras e realiza alguns de seus desejos, como voar pelos céus e conhecer animais selvagens de outro país. Além de protegê-las dos perigos não só de super-vilões, como de vilões que pegam um taco de beisebol para bater no próprio filho.
A história seguinte é da Mulher-maravilha, cujo subtítulo é O espírito da verdade. Existem sim as cenas de aventura e combate da super-heroína, porém, também há momentos em que ela compara o mundo dos homens com Themyscira, a ilha das amazonas, muito mais avançada em termos filosóficos e sociais. O que pode fazer para que aquela sociedade seja mais parecida com esta? Além disso, na história é abordada sua função de embaixadora da paz e como, apesar de todo o reconhecimento, ela ainda é discriminada por ser mulher. Uma observação interessante: ela se envolve em problemas em países do extremo oriente e árabes.
E então, vem uma pequena história, chamada Origens Secretas, sobre alguns dos legionários e suas origens: o que os deu poderes ou o que os tornou heróis. É só uma pausa nas reflexões, já que as histórias anteriores todas começavam com a origem do herói em questão.
Por fim, vem a história Liberdade e Justiça, da Liga da Justiça. Nela o tema central é a sensação do Caçador de Marte em relação ao nosso mundo, como a aparência é algo importante. Além disso, a Liga da Justiça combate... uma doença. Não, não é um super-vilão, é uma doença mesmo, que está se espalhando pela África. Existe uma série de delicadezas políticas que fazem com que essa missão não seja muito fácil de se cumprir. Como de praxe, todos os justiceiros dão o máximo de si não só para não deixar a doença espalhar, mas também para salvar os já contaminados.
Por fim, vem a história Liberdade e Justiça, da Liga da Justiça. Nela o tema central é a sensação do Caçador de Marte em relação ao nosso mundo, como a aparência é algo importante. Além disso, a Liga da Justiça combate... uma doença. Não, não é um super-vilão, é uma doença mesmo, que está se espalhando pela África. Existe uma série de delicadezas políticas que fazem com que essa missão não seja muito fácil de se cumprir. Como de praxe, todos os justiceiros dão o máximo de si não só para não deixar a doença espalhar, mas também para salvar os já contaminados.
Enfim, um prato cheio! Aconselho o encadernado a qualquer leitor, seja da DC, seja de outras editoras. Aconselho até àqueles que não são leitores de quadrinhos, pois mostra uma abordagem diferente do conceito de herói. Foi o encadernado mais caro que eu já comprei, até hesitei antes de concluir a compra. No entanto, depois de ler, acredito que valeu cada real.
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