terça-feira, 18 de maio de 2010

Dos quadrinhos para as telonas


Aproveitando o recente lançamento do filme Homem de Ferro 2 nos cinemas, e também que diversos filmes de super-heróis foram lançados ultimamente (mais do que em qualquer outra época), coloco aqui minhas listinhas de 5 piores e 5 melhores adaptações dos quadrinhos para as telonas. Ah... O Homem de Ferro não está em nenhuma das duas, o que é ruim por um lado, e bom por outro.

Os 5 piores

Só um esclarecimento: estou levando em conta apenas os filmes mais recentes. Não dá pra comparar os filmes de hoje com os do Homem-aranha com óculos de natação, de um passado remoto.

5º lugar: X-men Origens – Wolverine. O filme até que ficou legal, mas... Puxa, é o Wolverine! A história dele, que ficou em segredo nos quadrinhos por anos e anos! Mas, em vez de fazer algo do caralho, optaram por fazer um filme “para todas as idades”. E aquele final... Ah, aquele final desgraçado! (Se você ainda não assistiu, pule para o próximo, porque eu vou contar. Pule agora!). Balas de adamantium perfurando uma caixa craniana de adamantium? Essa foi a melhor explicação que o roteirista achou para a amnésia? Com todo o histórico (já prontinho, era só ler) formado nas HQs? Na cena em que ele vê a mulher de seu passado nos laboratórios, pensei: Massa! Eram tudo implantes de memória. Afinal, esse é o Wolverine. Porém, eles optaram por “O cérebro pode regenerar, mas suas memórias não retornarão”. Por favor! E a cena depois dos créditos? Fiquei esperando um tempão só para ouvir uma piadinha sem graça.

4º lugar: O Homem-Aranha 3. O filme tem umas falhas bem chatas e apela para o melodrama, além de não retratar o Venom como seria digno dele. Contudo, também tem pontos positivos, por isso está no quarto. Não vou falar mais sobre esse filme porque já escrevi um tópico inteiro sobre ele. Se quiser, dá uma olhada, aqui no blog mesmo, em Não vou falar sobre Watchmen e leia o que penso sobre o Homem-aranha 3.

3º lugar: Motoqueiro Fantasma. Eu não gosto muito histórias do personagem em si, mas o filme, para mim, foi um verdadeiro fiasco. Ouvi dizer que o Nicholas Cage gosta tanto do Motoqueiro que quis fazer seu filme... Poxa, se ele gosta mesmo do personagem, deveria não ter feito, para preservá-lo. Os efeitos visuais ficaram legais, beleza, mas a historinha... Isso sem falar que, quando você acha que ele vai fazer alguma coisa realmente foda, ele (suspense...) aponta o dedo. Seus inimigos devem ter se cagado de medo, e então, quando tudo que ele faz é apontar, “Ufa! Que alívio. Me borrei todo à toa”.

2º lugar: Justiceiro – em Zona de Guerra. O filme é tosco. Apela para violência, fazendo do anti-herói um verdadeiro sanguinário quase desmiolado. Além do que as formas bizarras com que ele mata os inimigos são simplesmente hilárias, de tão absurdas. Bom... há quem goste desse estilo. Definitivamente não é o meu. O que ele tem de bom, para mim, são as referências que o vilão da história – o Retalho – faz ao Coringa de Jack Nicholson. Para saber em mais detalhes o que penso sobre esse filme, leia aqui no blog o post Justiceiro – em Zona de Guerra.

1º lugar: The Spirit. Não me lembro de alguma outra vez eu considerar tão seriamente a possibilidade de sair no meio da sessão do filme quanto nesse caso. Afinal, meu dinheiro eu já tinha perdido mesmo, não precisava perder meu tempo também. Efetivamente só não saí porque estava com amigos... e a sugestão do filme foi minha. Me desculpem! Eu não tinha como saber... O filme é muito psicodélico, uma maluquice sem sentido. Tem plástica de arte, mas é só visual mesmo. Desculpem-me se alguém gostou, mas, em resumo, eu achei uma verdadeira porcaria! A pior adaptação dos quadrinhos e um dos piores filmes que eu já assistir. E pensar que The Spirit tem histórias tão boas nos quadrinhos... Will Eisner deve se remexer no túmulo toda vez que mais alguém assiste ao filme.


Os 5 melhores

5º lugar: 300. Não gostei tanto assim de Os 300 de Esparta, os quadrinhos... nem gostei muito do filme também. Porém, nas telonas eles contaram a história presente nos quadrinhos e chegaram a acrescentar personagens e aumentar a história de uma maneira criativa. Dou o quinto lugar a 300 por ter sido uma das poucas adaptações que, na minha opinião, ficou melhor do que o original.



4º lugar: Sin City. Foi uma das adaptações mais fiéis dos quadrinhos para as telonas. A linguagem visual foi respeitada, apesar das dificuldades de se adaptar o estilo preto-e-branco impresso por Frank Miller, além de ter feito um bom compêndio das histórias presentes nos encadernados.

3º lugar: Homem-Aranha. Assim que saí do cinema, fiquei com a sensação de “podia ser melhor”. Porém, com o tempo percebi que o filme é muito bom em sua própria simplicidade. Foi um retrato bem fiel e digno da origem do aracnídeo, assim como retratou bem o confronto do herói com aquele que foi um de seus maiores inimigos – o Duende Verde original. Me refiro à época em que ele era tão bom que conseguiu se manter morto. Após renascer das cinzas deixou de ser, na minha opinião, um grande ícone do passado para se tornar mais um vilão que retornou (em busca de vingança, como os demais). Quando passou a liderar os Thunderbolts e ao fim da guerra civil ele se afastou ainda mais do velho Norman Osborn para se transformar em um personagem totalmente diferente. O filme capta a essência do vilão tradicional...


2º lugar: Batman – O Cavaleiro das Trevas. Não foi bem uma adaptação, já que a história dos quadrinhos de mesmo nome não teve relação com o filme. Porém, considerando que o título é apenas uma menção ao clássico, e não uma tentativa de adaptação, foi um dos meus filmes inspirados em quadrinhos prediletos. O vilão Coringa é um dos pontos mais fortes, chamando a atenção por ter várias de suas facetas representadas no filme. Além disso, o tema foi interessante, a história foi muito adulta e existem diversos subenredos dentro da trama principal. ringa, que m vlorada, que chama muito a atençaleiro das Trevas adaptaç se adaptar o estilo preto-e-branco impresso por Frank Miller.

1º lugar: V de Vingança. É claro que eu estou sendo bastante parcial: histórias de manipulação da informação ao estilo 1984 são minhas prediletas. Além disso, a adaptação foi bem feita, preservando grande parte da história e ainda fazendo alguns acréscimos e mudanças interessantes, como a knife time (a cena da faca no final do filme) e o final, que ficou diferente e interessante. Legal observar que dentro da multidão de Vs também estavam presentes os atores que representaram os personagens mortos durante a história. Pessoas morrem, ideias permanecem...


sexta-feira, 7 de maio de 2010

SOM e FÚRIA II

Post rápido, por dois motivos.

Primeiro, para dizer que já chegou ao Brasil Guerra dos Reis, que mostrará o destino de Raio Negro e dos Inumanos partindo pra cima dos Krees e reivindicando o trono imperial da raça, entrando em choque com os Shiars liderados por Vulcano, conforme já havia anunciado em post anterior. Parece interessante (como o Doggma, do excelente Black Zombie, já havia dito).
Em segundo lugar, para compartilhar este inédito e exclusivo cube papercraft do rei dos Inumanos, feito por mim mesmo.

Cubecrafts seriam algo como versões estilizadas ou hiperdeformadas (criadas pelo designer Christopher Beaumont) de personagens famosos da cultura pop, como dos quadrinhos, que anda fazendo sucesso na net atualmente (vide Sedentário Hiperativo e Puny Parker). Fiz este aqui em homenagem a um personagem de que gosto bastante, Raio Negro. Até onde eu saiba, é o único cubecraft já feito dele, e disponibilizo de antemão pra quem quiser montar e ter esse bonequinho simpático na sua estante, hehehe. Não levam cola, são fáceis de se montar, e servem como um bom presentinho nerd, ou uma lembrancinha feita à mão para aqueles momentos em que você não sabe o que dar de presente para alguém.

Para download em melhor definição, cliquem aqui.

(se porventura o link não funcionar, informem nos comentários).

Ainda em relação ao artigo anterior sobre Raio Negro, já havia falado que a Panini iria relançar Terra X, agora em versão integral. Pois é, lançou, já li, e aguardem um post futuro sobre isso aqui no blog...

sábado, 1 de maio de 2010

Os maiores super-heróis do mundo

Há não muito tempo comprei o encadernado Os Maiores Super-heróis do Mundo, da DC comics, confeccionado pela Panini Books. Eu sabia que os desenhos eram do Alex Ross, que pinta os quadrinhos como se fossem quadros, o que já valia o alto preço da revista. Porém, a qualidade das imagens, definitivamente, não é o único aspecto admirável do material. As histórias abordam um lado mais social dos super-heróis. Em nenhuma delas o foco é a ação. Não há combates físicos contra super-vilões. Apenas heróis, usando seus poderes para tentar fazer do mundo um lugar melhor.


Na primeira história – Super-homem: paz na Terra –, o Super-homem decide enfrentar um problema que está muito além de suas capacidades: a fome. Ele sabe que não poderá acabar com a fome no mundo. Entretanto, para dar o exemplo, já que ele em si é um ícone de referência para diversas pessoas, decide usar um dia de sua vida para transportar excedentes de comida por todo o planeta, usando seus poderes (superforça, supervoo) para carregar a maior quantidade de alimentos para a maior quantidade possível de países. As situações que ele enfrenta, as reações das pessoas, o que ele vê... tudo isso faz com a que a história seja tocante. Há até uma imagem do último kryptoniano sobrevoando o Rio de Janeiro (de duas páginas, em formato gigante), mas a que decidi escolher foi a de cima, que representa mais a impotência do mais imponente dos super-heróis diante de um problema tão complexo.

A segunda história do encadernado é Batman: guerra ao crime. A julgar pelo título, parece mais uma história de ação do homem-morcego. Entretanto, o que vemos nela não é um Batman espancando bandidos, e sim preocupado com um bairro pobre, os problemas sociais e financeiros que fazem com que as pessoas acabem caindo na marginalidade. De quebra, mostra como a luta contra o crime não depende só do herói, mas também de seu alter-ego, o milionário Bruce Wayne. Ele acaba vendo, na figura de um garoto cujos pais foram mortos por conta da violência urbana, como ele próprio poderia ter tomado o caminho errado, se não fosse a riqueza herdada e a educação prestado por Alfred.

A terceira história é Shazam! O poder da esperança. Nesta o Capitão Marvel visita crianças doentes, conta a elas histórias de suas aventuras e realiza alguns de seus desejos, como voar pelos céus e conhecer animais selvagens de outro país. Além de protegê-las dos perigos não só de super-vilões, como de vilões que pegam um taco de beisebol para bater no próprio filho.

A história seguinte é da Mulher-maravilha, cujo subtítulo é O espírito da verdade. Existem sim as cenas de aventura e combate da super-heroína, porém, também há momentos em que ela compara o mundo dos homens com Themyscira, a ilha das amazonas, muito mais avançada em termos filosóficos e sociais. O que pode fazer para que aquela sociedade seja mais parecida com esta? Além disso, na história é abordada sua função de embaixadora da paz e como, apesar de todo o reconhecimento, ela ainda é discriminada por ser mulher. Uma observação interessante: ela se envolve em problemas em países do extremo oriente e árabes.


E então, vem uma pequena história, chamada Origens Secretas, sobre alguns dos legionários e suas origens: o que os deu poderes ou o que os tornou heróis. É só uma pausa nas reflexões, já que as histórias anteriores todas começavam com a origem do herói em questão.

Por fim, vem a história Liberdade e Justiça, da Liga da Justiça. Nela o tema central é a sensação do Caçador de Marte em relação ao nosso mundo, como a aparência é algo importante. Além disso, a Liga da Justiça combate... uma doença. Não, não é um super-vilão, é uma doença mesmo, que está se espalhando pela África. Existe uma série de delicadezas políticas que fazem com que essa missão não seja muito fácil de se cumprir. Como de praxe, todos os justiceiros dão o máximo de si não só para não deixar a doença espalhar, mas também para salvar os já contaminados.


Enfim, um prato cheio! Aconselho o encadernado a qualquer leitor, seja da DC, seja de outras editoras. Aconselho até àqueles que não são leitores de quadrinhos, pois mostra uma abordagem diferente do conceito de herói. Foi o encadernado mais caro que eu já comprei, até hesitei antes de concluir a compra. No entanto, depois de ler, acredito que valeu cada real.