sábado, 5 de dezembro de 2009

Justiceiro - em zona de guerra





Recentemente assisti ao novo filme do Justiceiro... Não ficou sabendo? Talvez porque não tenha ido para os cinemas, mas direto para o DVD. E mesmo o DVD não teve lá muita divulgação... Enfim, eu assisti. E entendi porque não tinha ficado sabendo da existência do filme antes: em geral não fazem publicidade de filmes tipo B.


Violência gratuita e surreal

O filme abusa de cenas de pancadaria desnecessária e violência impossível. É tosco! O Justiceiro arranca cabeça de um com uma facada, enfia a lâmina na parte de cima do crânio de outro e mata mais um, na mesma cena, enfiando o pé de uma cadeira na cabeça dele com um chute. Sentiu?

O filme todo é um clichê de anti-herói, desses que a gente assiste anos depois e morre de rir. Chamo a esse tipo de filme de paródia não-intencional: o cara trabalha todos os elementos de clichê e exagero que poderiam classificar o filme como uma paródia, só que ele não teve a intenção de fazer uma paródia, mas a de fazer um trabalho sério. Não faz mal, a gente ri da tosquice do filme assim mesmo, principalmente quando a roupa dos atores e toda a forçação na história já não forem considerados comuns daqui a alguns anos. Tem uma cena realmente hilária: uns capangas estão brincando de le Parkour no alto dos prédios (até agora não entendi qual é o propósito disso dentro da narrativa) e um deles, quando pula dando uma cambalhota no ar, leva um míssil em pleno ar! É sério. Até os outros capangas que estavam com ele arregalam os olhos, sem acreditar que o Justiceiro realmente foi tão tosco assim. Não está acreditando? Veja por si mesmo: http://www.youtube.com/watch?v=RUv1NfYGYyU

Retalho e Coringa

O que foi bom no filme, na minha opinião, foi uma referência ao Coringa interpretado pelo Jack Nicholson (imagino que tenha sido uma referência. Se não foi, o roteirista tem uma incrível habilidade em fazer coisas não-intencionais, para o bem e para o mal). Particularmente gosto de referências, não sei se deu para notar aqui no blog, re-re-re. O vilão do filme é o Retalho. Durante uma luta entre ele e o lunático... digo, o herói... digo, o anti-herói tosco... É o seguinte: no início do filme o Justiceiro acerta um mafioso, que cai em um triturador de vidro. Isso o dilacera por inteiro. Um cirurgião reconstrói seu rosto. Em seguida, o médico o desenfaixa. O mafioso usa um espelho de mão só para ver o quanto ficou desconfigurado. Com sua sanidade abalada, ele adota o codinome Retalho. Reconhece essa história de algum lugar? Em vez de um triturador de vidro, um caldeirão com produtos químicos? Em vez de Retalho, Coringa? Já na aparência, Retalho se assemelha mais ao Coringa interpretado por Heath Ledger.

Em resumo, minha opinião sobre Justiceiro - Em zona de guerra é a de que ele segue o mesmo padrão do filme do Justiceiro lançado há alguns anos, só que praticamente sem enredo, defeito que tentam preencher (sem sucesso) com cenas brutais de sangue desmedido.

Filmes recomendados: Ruas de Fogo (excelente exemplo de paródia não-intencional nos dias de hoje). Justiceiro – Em zona de guerra (excelente exemplo de paródia não-intencional de amanhã).

Nenhum comentário: