
Blog sobre história em quadrinhos (banda desenhada, comics), super-heróis, supervilões e o que engloba esse universo ficcional.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
de A a Z

sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Zoo


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domingo, 10 de outubro de 2010
Irreverência ou Cópia?
Vocês já imaginaram um confronto entre o Sentinela da Marvel contra o Super-Homem da DC? Eu lhes digo que este embate já ocorreu! Conto mais ao fim deste... e de quebra ainda dou um cube papercraft único e exclusivo do Overman!
Um jovem que adora usar jeans e roupinhas datadas que, após descobrir acidentalmente algo incomum numa caverna, ao emitir determinado comportamento (verbal ou gestual), é tomado por forças desconhecidas e troca de corpo com uma versão super-heroica adulta mais forte, mais resistente, capaz de voar e dotado de uma consciência ou sabedoria acima da de qualquer ser humano. E essa versão "aprimorada" responde pela alcunha de Capitão Marvel. Bom... qual dos dois? Os dois! Durante uma intriga sobre os direitos do Capitão Marvel entre a DC Comics e a Fawcett Comics (a primeira alegava ser o Capitão uma versão do Super-Homem), a Marvel conseguiu os direitos sobre o nome Capitão Marvel e publicou seu próprio personagem, obrigando a DC a lançar seu personagem, após adquiri-lo, sob o título de Shazam em suas capas (daí a famosa confusão de muitos acharem que Shazam é o nome do herói). E por conta disso também, a Marvel é obrigada a lançar a cada ano ou dois alguma publicação com o título Captain Marvel na capa para não perder seu direito sobre o nome (daí a quantidade de personagens diferentes na própria Marvel usando o mesmo pseudônimo). A única distinção entre a versão da DC e a da Marvel é que esta última trocou as características místicas/divinas por habilidades científicas/alienígenas.
Nightspawn

conhecida de Todd McFarlane - desenhista que alavancou durante um bom tempo a popularidade do Aranha enquanto o desenhava -, um dos carro-chefes da Image quando fora criada logo após a saída de McFarlane da Marvel. É um soldado do inferno que possui um traje simbiótico e que, quanto mais usa seus dons, mais se aproxima de ter sua alma destinada ao inferno.

Para finalizar, uma tirinha bem antiga de Fernando Gonsalez, com seu personagem-título, uma ratazana de esgoto, Níquel Náusea, encontrando seu parônimo(?) mais guti-guti, Mickey Mouse! sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Verifique se o Mesmo encontra-se neste andar
O clima de road movie ajuda a dar o tom da história, e as cenas quase sem diálogos, apenas mostrando o ambiente, são muito bem aproveitadas. Aliás, muito rico o grau de detalhamento dos cenários criados por Grampá. O autor disse ter se inspirado, entre outras fontes, nos episódios de Além da Imaginação que assistia quando criança. Talvez não pelo caráter insólito, mas sim no twist ending que nos aguarda ao final (um pouco previsível, talvez). A paleta de cores escolhida para a história também ajuda nessa caracterização, dando um ar meio vintage, sei lá.
Muito criativos, muito dinâmicos, e muito bem desenhados. A sequência das páginas 36 e 37 são de tirar o fôlego, literalmente! Animal mesmo, não há como descrever, só vendo e admirando! Na introdução da obra, ao falar do traço de Grampá, Lourenço Mutarelli fica reticente em usar o termo "sequência cinematográfica" pois, de acordo com o mesmo, "no fundo, o cinema bebe muito mais nos quadrinhos do que o inverso". Mas é impossível não imaginar como ficariam todas essas vistas e tomadas nas telonas com seus posicionamentos de câmera (e parece que os direitos já foram vendidos para virar filme).
"Matt Murdock é filho de boxeador e por isso minha versão pro personagem é uma mistura de super-herói, boxeador e lutador wrestler. Eu nunca gostei dos gráficos em estilo “eletrônico” que alguns artistas desenham para representar o radar do personagem. Ele não é uma máquina e sempre imaginei que a representação desse radar deveria ser mais orgânica, e foi o que tentei fazer."segunda-feira, 30 de agosto de 2010
O simbolismo dos super-heróis
Super-homem e a mitologia
A mitologia é a fonte onde bebem os criadores de super-heróis. Desde Gilgamesh, um dos mitos mais antigos de que se tem conhecimento, existe no imaginário a noção de um ser parte humano, parte divino, dotado de grandes poderes. Se pegarmos a mitologia grega, temos Hércules como o exemplo mais popular de herói. E Super-homem tem várias semelhanças com ele. Qual é o poder do semideus? Uma força incomensurável. E um dos poderes do Super-homem, um dos mais notáveis desde sua criação, em 1932, por Jerry Siegel e Joe Shuster? A força incalculável. Hércules era filho de Zeus – pai dos deuses – e uma mortal. Seu sangue divino era o que lhe conferia poderes. O Super-homem, a seu modo, também tem o poder no sangue, só que em vez de ser divino, ele é alienígena, uma adaptação aos tempos modernos e suas crenças. A analogia divina pode ser observada, porém, no fato de que o Super-homem veio dos céus, e por isso tem poderes. Hércules, a partir de seu primeiro trabalho, passou a usar a couraça do leão da Nemeia como sua roupa e proteção, como retratado em diversas de suas esculturas (ao lado). O Super-homem tem um uniforme, usando inclusive um emblema no peito.A comparação Super-homem e Batman

O pequeno Bruce e o pequeno Buda
Se vamos falar de Batman, vale relembrar sua origem. O pequeno Bruce vivia uma vida feliz e contente com seus pais, donos de um império industrial na cidade de Gotham. Um dia, seus pais foram assassinados na saída do cinema por um criminoso. O pequeno Bruce conheceu então a dor e o sofrimento e isso mudou completamente sua vida. Passou a treinar para combater o crime. Agora eu contarei uma outra origem... Siddhârtha Gautama era uma criança feliz no reino de seu pai. Porém, um dia, ao passear pelos jardins floridos reais, conheceu um ancião, um enfermo e um defunto. Entrou então em contato com a dor e o sofrimento e isso mudou completamente sua vida. Fundou o budismo e passou disseminá-lo, no intuito de fazer com que as pessoas pudessem cessar suas dores. Não quero, por meio dessa comparação, dizer que Batman é tão nobre ou importante quanto o Buda. Apenas trago essa semelhança para demonstrar como os princípios do budismo podem ser vistos na figura do Batman. Cada um a seu modo, ambos buscam o ideal de minimizar a dor alheia. Batman sacrifica sua vida milionária, em que poderia ter tudo o que quisesse, fazer o que quisesse, para combater o crime e fazer com que menos pessoas sejam vítimas da violência, como ele foi, quando criança.
Karma, dharma e o Homem-aranha
X-men: preconceito e coexistência
Apesar do preconceito, Charles Xavier tem o sonho de uma coexistência pacífica entre mutantes e humanos sem poderes. Fundou uma escola que serve de guia para jovens mutantes, onde eles aprendem não apenas a controlar melhor seus poderes, mas também a ideologia da tolerância, a concepção da harmonia social. Sem preconceitos, sem conflitos, mesmo que pessoas normais (não são todas) tentem apedrejar os mutantes nas ruas. Bater de volta não é solução. Seu arqui-inimigo, Magneto, reage de maneira antagônica. Para ele, é guerra! Se são atacados, os mutantes devem atacar de volta, impor-se, lutar pela comando das sociedades, pois eles, em sua visão, são superiores, o próximo degrau da escala evolutiva. Em outras palavras, enquanto Xavier é um agente da paz e da harmonia, Magneto é um agente da guerra e da imposição.Os vilões também nos ensinam lições
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
M S P 5 0 e +
O elenco de peso chamado incluía quadrinhistas, cartunistas, caricaturistas e desenhistas já consagrados e belas surpresas emergentes para homenagear a festividade. Interessante notar que, desde aquela primeira tirinha do Franjinha e Bidu, em 18 de julho de 1959, o próprio traço de Mauricio se modificou bastante, e a maior graça neste encadernado foi ver justamente personagens tão conhecidos nossos em versões as mais diversas possíveis (vejam os diferentes Chico Bento abaixo).
A abertura, com Laerte, já inaugura o uso da metalinguagem que vai permear grande parte da obra. Falando em recorrência, o Astronauta foi, de longe, o mais ubíquo, dentre o rol de personagens a serem utilizados, figurando em 7 das 50 historinhas.


Antonio Eder subvertendo,
mais uma vez, a ordem de leitura dos quadrinhos.




A singela e sensível homenagem de Vitor Cafaggi a Chico Bento.

-Cube papercraft sugerido: Horácio (feito por mim mesmo, hehehe).
-Blog sugerido: Horacio Esperante (em português e em esperanto, feito por um colega brasiliense, para quem gosta de Horácio e quiser aprender um pouco mais sobre la universala lingvo).
-"HQ digital" sugerida 1: homenagem da Turma do Penadinho à morte do Michael Jackson (prévia oficial não finalizada disponível online).
-"HQ digital" sugerida 2: conto sobre encontro entre Franjinha, Astronauta, Piteco e outros (prévia não oficial não finalizada disponível online).
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Metáfora espanhola
Perdido
O encadernado que levei era Las Calles de Arena, que começa justamente com o personagem principal tentando pegar um atalho para chegar a um lugar mais depressa. Ele se perdeu exatamente da mesma maneira que eu. Só que não consegue sair dali por um bom tempo. Lá começa a passar por uma série de acontecimentos absurdos e personagens surreais. Essas histórias, que compõem sua jornada para sair do bairro, são extremamente metafóricas. Uma das primeiras pessoas que ele encontra é um senhor que está tentando sair do bairro, assim como ele, só que há anos. Tem a filosofia de que "es muy importante la planificación", no intuito de estar pronto para tudo. E, por ter medo de fracassar, ele nunca começa a viaje, pois nunca acredita estar plenamente preparado.
Em um outro momento, o personagem central (que não se lembra do próprio nome, pois saiu de dentro dele um doppelgänger, um ser que perdeu sua identidade tentando achar a lógica do barrio e por isso se dedica a robar la personalidad de los demás) encontra um vampiro, vivendo há séculos e colecionando coisas. Este novo personagem é absolutamente apegado a todas as bugingandas que guarda. Tem por todas, como diz, “mucho aprecio”. Considera todos os objetos recordações preciosas para sua vida.À medida que a história vai avançando, percebe-se que uma certa mulher parece ter várias gêmeas, que executam diversos serviços básicos no bairro. Depois o personagem principal descobre a história de um coronel, cuja mulher morreu, e ele reproduziu um clone dela. Entretanto, o clone não o amava. Então ele continuou a reproduzi-los, chamando a todas de Eva...
A qualidade da obra de Paco Roca, que agora considero como um dos melhores autores de história em quadrinhos que conheço, está na metáfora, está no detalhe, nas frases. Um resumo de suas histórias seria talvez desinteressante, pois é no transcorrer delas que se vê a riqueza que têm. Para gostar de Paco Roca, é necessário lê-lo. Arrisco-me também a dizer que, se ler, vai gostar.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Jacob, o vilão de Lost
Irmãos gêmeos
Jacob e seu irmão nasceram na ilha e rapidamente foram raptados por uma mulher, que não se sabe exatamente quem é, nem de onde veio, só que ela é uma assassina (matou a mãe dos garotos) e mentirosa (disse desde o início que era a mãe deles). É exatamente essa mulher misteriosa quem vai criar os gêmeos e ensinar tudo que eles sabem sobre a ilha. Ou melhor, tudo que eles continuam sem saber.
O Homem de preto
Tudo bem, até aí é a história de origem desse personagem. E uma mesma origem pode formar um vilão ou um herói, dependendo da maneira como ele se desenvolve. O garoto foi morar com os seus, cresceu e seu único objetivo era... voltar pra casa. Parece um vilão para você? Uma pessoa que quer voltar pra casa? Uma pessoa que quer conhecer o mundo, em vez de se restringir a um pequeno pedaço de terra? Ele não quer dominar o mundo. Ele não quer usar a tal energia misteriosa em seu próprio proveito. Ele não quer explorá-la, não quer ganhar dinheiro com ela. Nada disso... Seu único objetivo era sair da ilha. E o único objetivo de sua madrasta era impedi-lo. Sabem por quê? ... Não foi uma pergunta retórica. É sério, se alguém sabe, me explique. Proteger a tal fonte da ilha? A luz amarela? Se ele pudesse simplesmente ter ido embora, ele nunca teria nem que usar a tal fonte para tentar sair de lá. E não me venha dizer que ele poderia voltar à ilha depois, mudar de ideia e usá-la, pois ele ficou rodando a ilha inteira à procura da tal fonte por anos e nunca a encontrou. Aliás, uma amiga minha salientou bem um ponto: que diabo de fonte é essa que precisa ser protegida das pessoas se as pessoas não são capazes de enxergá-la ou chegar até ela? Mas digamos que é necessária uma proteção extra, já que se pode fazer um buraco no chão e utilizar o eletromagnetismo... Beleza, o Jacob está lá pra isso.A fumaça preta
Entretanto, acredito que quando Jacob diz que seu irmão não pode sair, ele está mudando de motivação. Ele quer impedir porque seu irmão virou uma fumaça preta à prova de balas, que pode sair por aí matando as pessoas. Aliás, na minha interpretação da história, a luz amarela que provém da porta daquela igreja metafísica do último episódio é a mesma da ilha. E, sendo assim, a tal fonte da ilha nada mais é que o portal entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Um portal que deve ser protegido mesmo. Nessa perspectiva, o homem de preto não poderia sair porque ele já morreu. Porém... o que é necessário lembrar, independente da maneira como se vê as coisas, é que, se o problema de o "Locke" sair da ilha é porque ele se transformou em uma fumaça preta, foi o Jacob quem fez isso com ele. Foi o Jacob quem lançou seu corpo dentro da fonte e fez com que o irmão se transformasse em uma fumaça preta perigosa, ou no elo entre os dois mundos. Então, a culpa é toda do Jacob. Foi ele quem transformou o irmão em um ser ainda mais amaldiçoado.
Mais algumas facetas do vilão Jacob
Além disso, analisemos um pouquinho o que o Jacob fez por conta desse confronto com o monstrinho criado por ele mesmo. Ciente de que o homem sem nome o mataria para sair da ilha, ele foi em busca de um candidato que o substituísse. Passou a acompanhar a vida das pessoas que poderiam estar aptas a essa função (embora, no caso dele, só tenham ido o irmão e ele mesmo). Então ele passou a induzir os acontecimentos. Provocou, indiretamente, a queda do avião e fez com que dezenas de pessoas caíssem na ilha, sofressem e brigassem. Uma certa parcela dos seus candidatos simplesmente morreu para que o Jacob dissesse: "É... acho que esse não estava apto a cumprir a missão. Vejamos se os outros penam mas sobrevivem...". É essa a concepção de herói da história? Uma pessoa que prende o irmão na ilha por seguir cegamente os mandos da madrasta assassina? Que o transforma em um monstro? E que depois traz dor e sofrimento a dezenas de pessoas para ver qual passa no teste de impedir que o monstro que ele criou saia da ilha e proteja uma fonte de luz que ninguém consegue encontrar, sem saber exatamente o motivo por que faz isso? Não sei quanto a vocês, mas essa é a minha visão de vilão.













