Bem-vindos a mais um Dia Internacional das Mulheres aqui no Ficção HQ. Assim como no ano passado prestamos uma homenagem a algumas beldades do sexo feminino nos quadrinhos, neste falarei um pouco sobre algumas outras, menos conhecidas, que ficaram de fora, mas que poderiam muito bem estar presentes na minha primeira lista, e o porquê de eu gostar delas.
Sue Dibny_ única coadjuvante a ser membro integral da Liga da Justiça, esta personagem foi marcante para aqueles que se lembram da versão Europa da Liga da Justiça Internacional. A esposa do Homem-Elástico era uma mulher forte, decidida, independente, perspicaz e sagaz, e -para mim pelo menos - sua morte foi o verdadeiro impacto da série Crise Identidade (sim, mais impactante até que as memórias apagadas). Nada mais a dizer, exceto a frase de seu marido, abaixo:
Outra esposa de super-herói que também apoia (ou apoiava; maldito Joe Quesada e seu One More Day) o marido sempre é Mary Jane Watson, a modelo internacional com que todo nerd gostaria de se casar. Bom, MJ é a MJ, e a ruivinha de covinhas merece um post só pra ela, por isso não vou me alongar mais aqui.
Promethea_ tudo o que a Mulher-Maravilha deveria ser mas não consegue, a mulher ideal (e quando falo ideal me refiro exatamente ao conceito platônico do Mundo das Ideias, ou sua versão alanmooreana: Imatéria). Heroína, deusa, mito, inspiração, musa, mulher. Essa personagem consegue reunir em si todas essas personas, e muito mais, por isso a pus nesta lista. Precisa falar mais?
Emma Frost_ talvez aqui eu entre em polêmica, mas vamos lá. Originalmente uma vilã para rivalizar o caráter docente de Charles Xavier, compartilhando com o professor os mesmos poderes, Grant Morrison a trouxe para o lado dos X-Men e a fez uma das mocinhas. Pior (ou melhor) ainda, tornou-a amante de Ciclope, e fez a personagem desbancar Jean, acabando com um dos relacionamentos mais engessados da história dos quadrinhos americanos. A partir de então o caráter dúbio da moça só evoluiu: amadureceu Scott tanto emotiva quanto sexualmente, tomou as rédeas do próprio Instituto, ocupou o lugar de Xavier como seu representante, mais recentemente apareceu fazendo parte da Cabala, a resposta vilanesca ao grupo dos Illuminati. Parabéns, Emma, conseguiu dividir os fãs dos mutantes entre aqueles que a odeiam e aqueles que a adoram, bem jus à sua própria dubiedade enquanto personagem fictícia. Eu sou do time pró-Emma, uma das grandes responsáveis por balançar e revolucionar o status quo mutante. E sua roupa a la dominatrix também ajuda...
Vespa_ dona de um poder bosta, a ex-mocinha cabeça vazia que só servia para ser resgatada pelos outros acabou tornando-se líder dos Vingadores, e uma de suas principais lideranças depois do Capitão América. Apanhou do marido, numa excelente mostra do amadurecimento dos quadrinhos de super-heróis e sua ligação com a realidade, e deu a volta por cima. Sua versão Ultimate é ótima, como representante mutante dos Supremos, embora mais dondoquinha, e suas características orgânicas expostas pelo marido num momento de fúria foi um ponto alto no primeiro arco dos "Vingadores militaristas pós-11 de setembro" que são os Supremos. Janet van Dyne ainda ostenta o recorde de possuir o maior número de uniformes da história dos quadrinhos!
Elektra_ uma filha de um milionário grego que é... ninja! Independente, sedutora, pancou quatro superskrulls sozinha durante a Invasão Secreta, controla o Tentáculo, encarou no mano a mano o Wolverine assassino durante o arco Inimigo do Estado, uma artista marcial excelente que
não precisa ter superpoderes para figurar entre os maiorais da Marvel. Elektra é um mistério perigosamente instigante...
Miraclewoman_ quem conhece a versão de Alan Moore e de Neil Gaiman para o personagem Miracleman (que é leitura OBRIGATÓRIA para qualquer um que goste de quadrinhos adultos de super-heróis) vai perceber que ela é a verdadeira cabeça por trás do Olympus e da Golden Age trazidos pelos heróis-deuses perfeitos, pois é a Miraclewoman quem controla Miracleman, o homem mais poderoso do mundo. Isso lhe dá um caráter duvidoso de heroína e vilã ao mesmo tempo, ao vermos como ela é manipuladora e titereira. Mas não forçada ou propositadamente, ela apenas o é, como muitas mulheres da vida real o são. Fisicamente perfeita, inteligente, com pensamentos "fora da caixa", foi a idealizadora do conceito testado na Terra para acabar com a eterna rixa entre as raças alienígenas dos Qys e dos Warpsmiths: "(ao invés das labutas estúpidas de uma guerra inútil) não seria melhor fazer sexo?" A vênus de "dedos que poderiam esmagar carvão até torná-lo diamante" e de "lábios que poderiam sugar o coração de uma estrela", criadora do voo nupcial - que abordarei em um post futuro - fala mais sobre isso ao lado...
Magia_ a irmã caçula de Colossus sempre foi uma personagem que me trouxe fascínio. Eu apreciava seu conceito de lado negro escondido, da bela moça virginal dos Novos Mutantes que escondia um lado perverso e demoníaco em seu interior, por conta de seu conturbado desenvolvimento de criança para mulher no Limbo quando foi raptada pelo demônio Belasco. Gostava também de seu caráter um pouco sexualizada, misto de infância junto com corrupção. Uma verdadeira metáfora para a adolescência em si, como é o aparecimento dos poderes mutantes no universo do homo superior da editora. Para quem conheceu a Illyana Rasputin no início, quando ainda era uma menininha que gostava que Kitty Pryde lhe contasse histórias de ninar, conhecê-la na forma de Magia, senhora e rainha do Limbo, onde seu poder era supremo, foi uma evolução marcante da personagem, que trouxe todos esses aspectos conflitantes à tona. Pena que ela nunca foi tão bem aproveitada quanto poderia...
Da mesma forma vejo Adaga, dona de um dos mais belos uniformes femininos, com sua relação esquisita fraterna/sexual/simbiótica e de codependência com Manto, misto de antagonismo e afeto recíproco, também uma metáfora para as drogas, fonte inclusive de seus poderes. Uma personagem triste, urbana, real, sem muito do glamour que geralmente acompanha as super-heroínas.
Cristal_ uma heroína geralmente deixada a escanteio, mas que certa época foi protagonista nos X-Men, a loirinha é uma cantora de sucesso, com um poder que tanto serve no combate ao crime quanto nas suas performances nos palcos (Cristal é muuuuito poderosa), o que poucos no Brasil tiveram a chance de saber é que, durante um curtíssimo período de tempo, Alison Blaire já foi arauto do próprio Galactus, que a escolheu por ser capaz de gerar luz dentro de um buraco negro. Além do mais, a mutante cantora também foi a preferida do Beyonder, quando este encarnou num corpo humano e passou a morar na Terra, e a selecionou dentre todas as mulheres do mundo. Pouca coisa ou não?
Arlequina_ atleta, psiquiatra, a vilã louquinha, por algum motivo, me cativou. Não sei se por sua obsessão por um dos criminosos mais insanos e perigosos, não sei se por sua "inocência sádica", se é que isso existe, ou apenas por sua loucura mesmo: uma mulher capaz de ser tão louca quanto o Coringa, a parceira perfeita para este. Sua representação no jogo Batman: Arkham Asylum está assustadora e psicoticamente bela:
Questão_ outra oriunda do universo do morcego que também conquistou meu apreço foi a policial Renee Montoya, desde a série Gotham City Contra o Crime, até depois, quando assumiu o legado para ser a nova Questã. Detetive séria, com um passado a lhe perseguir, essa latina foi uma das primeiras personagens a se mostrar publicamente lésbica nos quadrinhos, e o arco em que isso ocorre foi ganhador de vários prêmios. Mais um ponto a mais para a personalidade de Montoya, que tem a sorte de só pegar mulher mais linda que ela ainda!
Zatanna_ outra heroína que vem pouco a pouco me cativando. Quando a conheci ela ainda fazia parte de uma das primeiras formações da Liga, com um uniforme meio modernoso, bem mais ou menos. Mas ultimamente a maga tem recebido boa atenção por parte dos roteiristas, principalmente Paul Dini, e se mostrado uma das principais heroínas da DC. Muito boa sua história dentro dos Sete Soldados da Vitória, em que, mesmo sem usar seus superpoderes, ficamos por dentro da vida pessoal sempre conturbada dessa morena. Outra personagem cuja roupa fetichista ajuda a alavancar sua popularidade, se bem que Zatanna, por si só, por sua personalidade e complexidade, já poderia ser bem popular.
Júlia Kendall_ minha experiência anterior com fumetti era apenas e basicamente Tex. Até eu conhecer a Júlia. Sempre ouvia dizer nos fóruns pela internet o quanto esta série era boa, até finalmente eu ter em mãos alguns exemplares das Aventuras de uma Criminóloga. Sua imagem, inspirada abertamente em Audrey Hepburn, só ajuda a termos simpatia cada vez maior por esta personagem. Júlia além de linda é inteligente, sensível, intuitiva, meiga, profissional, frágil e ao mesmo tempo forte (é, parece que eu gosto mesmo de características conflitantes e paradoxais). A série mensal de Júlia aqui no Brasil está em perigo de cancelamento, por isso aderi à campanha:Salvem Júlia! Basta cada um que a conhecer comprar um exemplar das bancas e presentear alguém que você ache que vai gostar. É certeiro, não importa a edição do mês, a história é sempre de alto nível, e se assim conseguirmos angariar mais fãs para a criminóloga, talvez as vendas voltem a crescer e não correremos o risco de termos cancelada no Brasil uma das poucas séries de qualidade a serem lançadas mensalmente... Se você não conhece, compre! Se você gosta de histórias de mistério, de detetive, de psicologia, histórias policiais com um pouco de aventura, compre! Não vai se arrepender!
Barbarella_ clássico dos quadrinhos e do cinema, mídia em que foi interpretada pela belíssima Jane Fonda, muito pouca gente sabe que o début da personagem foi nas HQs. Criada por Jean-Claude Forest, antecipou a revolução sexual e liberação sexual da mulher. Mulher bem resolvida, conhecedora da própria beleza e do próprio corpo, usa e abusa da sexualidade, por vezes inocente, como recompensa aos que a ajudam, ou apenas para curtir um pouquinho. Cada uma das roupas usadas por Jane Fonda (apaixonante!) no filme é uma mais bela e sensual que a outra, excelente figurino para tão avançada personagem.
Hit-Girl_ mais uma presente tanto nos quadrinhos quanto nos cinemas, porém sua versão na telona é apaixonante! O filme de Kick-Ass, para mim, suplantou a HQ original sobretudo por causa da presença da personagem interpretada por Chloë Moretz, bonitinha e sanguinária. Ela rouba a cena todas as vezes em que aparece, cortando marmanjos ao meio e ainda com um sorrisinho feliz de quem está brincando estampado no rosto. Adoro os desenhos de John Romita Jr., mas tenho de confessar uma coisa: ele definitivamente não sabe desenhar crianças...
Lara Croft_ ainda em outras mídias, lembro muito bem dos jogos Tomb Raider, e do quanto gostava deles por dois motivos. O primeiro era a forma labiríntica de cada fase ou nível, em que deveríamos explorar todo o ambiente e desvendar uma maneira de prosseguir utilizando nosso raciocínio e percepção. O segundo motivo, é claro, era sua protagonista. Um dos protagonistas pioneiros protagonistas do sexo feminino, a voluptuosa Lara é atlética, rica, exploradora, sabe se vestir e manipular armas muito bem! Os dois filmes que fizeram com a personagem, apesar da sempre visualmente agradável Angelina Jolie, não foram lá essas coisas... Mas eu me lembro sim das roupinhas exploratórias de Lara em ambientes tão variados quanto dentro d'água ou no polo norte, quase sempre com as pernas de fora, empunhando uma arma em cada mão e fazendo movimento acrobáticos mil.
A todas as mulheres, inocentes ou sensuais, mocinhas ou bandidas, inteligentes ou não, lindas ou não, atléticas ou não, insanas ou não, ideais ou não: Parabéns pelo Dia Internacional da Mulher!
(Há um motivo para, neste post, eu não ter escolhido nenhuma ruiva. Aguardem...)
Livro sugerido: O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder.
Filme sugerido: Barbarella (1968).
Atriz sugerida: Audrey Hepburn.
Fotos sugeridas: Ellen Roche como Lara Croft.
Jogo de videogame sugerido1: Batman: Arkham Asylum.
Jogos de videogame sugeridos: Tomb Raider (qualquer um).
4 comentários:
Uma senhora lista, esta e a anterior.
Viva as mulheres :)
Obrigado, Loot!
Concordo contigo, viva as mulheres, sejam reais ou de ficção.
Eu adoro a J. Kendall, cara! achei demais usarem a Audrey ( é assim que se escreve?) como base para a personagem! fiquei feliz em saber que copnseguiram mais edições para ela aqui no Brasil. Pena o Dylan Dog não ter tido a mesma sorte!
Abração!!!
Pois é, não tem como ler J. Kendall e não gostar dela! Não só pelas histórias, mas pela própria protagonista em si, que consegue atrair nossa simpatia. Recomendadíssima a leitura, sempre!
Valeu, Nestablo!
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