Um amigo meu me mandou este link para ler e comentar, que tratava sobre as mulheres nas adaptações de quadrinhos para o cinema. Continuando o Mês das Mulheres aqui no blog, transcrevo de forma sucinta e resumida o breve diálogo que travamos eu, Guilherme e Chiko sobre o assunto (perdoem a nossa informalidade, hehehe):
Chiko: Para mim, vocês dois são OS CARAS dos quadrinhos, é uma mídia que eu boio um pouco, sou muito mais seguro em cinema, mas.... vi um texto e pensei, vou mandar pros caras, e perguntar o que eles acham. Deem uma lida:
Abraços!
Guilherme: Eu exploraria mais o paradoxo da Mulher Maravilha. Pois ela foi considerada uma personagem que representa o feminismo por ser a primeira super-heroína a ter suas próprias histórias. Já a personagem... Não só foi a precursora do modelo de uniforme mulher-objeto (bastante criticado por algumas feministas), como atendia a todos os fetiches de seu criador. Botinha, laço e bandeira americana... E o pior: você sabe qual era a fraqueza dela no início da carreira? Ser amarrada por homens. Apesar de toda sua força, quando era segurada por um homem, perdia os poderes. Sentiu?
Rodrigo: Eu ia falar exatamente isso! Parafraseando eu mesmo, de um post antigo do Ficção HQ: "Ícone feminista, é até de se estranhar esta escolha, visto a quantidade de fetiches que caracterizam a própria personagem. Uma semideusa grega, com corpo perfeito, vestida com a bandeira americana (estrelinhas e tudo), laçadeira, que perdia sua força quando presa por um homem!"
Realmente, o que o cara falou da Carol Ferris foi legal, ela era dona da da empresa e CHEFE do Hal Jordan! Isso em plena década de 60! Massa, né? Mas acho que nunca exploraram legal esse fato... vamos ver como o farão no filme do Lanterna. Realmente a Lois é a mais próxima de mulher independente e forte e tudo o mais que eles falam. Nunca gostei muito da Lois, talvez por tabela já que eu nunca gostei do Super, mas olhando assim até que ela é meio porreta, e afinal de contas, ela é a Escolhida, the chosen one, certo? Se o Super é o Salvador na Terra, o epítome da perfeição a ser alcançada, ser escolhida por ele deve dar uma moral da p*#&a pra ela, não?
Mas percebam bem, até hoje não lançaram um filme de uma heroína nos cinemas (Elektra se não me engano foi direto pra locadora, né?). Nunca deram destaque também nos filmes em que elas aparecem, como por exemplo uma Tempestade liderando os X-Men ou uma Vespa liderando os Vingadores. Elas ainda são relegadas a segundo plano e a estereótipos.
Paralelo a isso, eu mesmo tô até me surpreendendo com a quantidade absurda e cada vez maior de predileção minha particular por mulheres fortes nos quadrinhos. Desde a minha escolha da Mary Jane como uma das personagens at all mais queridas, até minha paixão por Jessica Jones e Mina Murray da Liga Extraordinária (a HQ, jamais o filme!).
Chiko: Saindo um pouco do assunto, mas ainda ficando no tema "mulheres e como são vistas no mundo do entretenimento": vocês sabiam que Hugh Hefner era influente nos movimentos políticos e sociais que marcaram o mundo nos anos 50, 60 e 70 ou mesmo às causas feministas? Ele se aproveitava que seu programa de tevê era produzido de forma independente, levou artistas e intelectuais negros à televisão numa época em que estes tinham espaço limitado, além de ajudar a romper a barreira que impedia comediantes negros de alcançar o mainstream (para isto, sua decisão de escalar Dick Gregory num show comprado por empresários sulistas foi crucial). Atuou para mudar leis que regulavam o aborto e impediam a comercialização de contraceptivos em vários estados dos Estados Unidos.
Voltando, bacana saber dessas histórias...
Interessante seria ver personagens como Lara Croft, que é "independente" mas não deixa de representar o fetiche masculino, já que deve ter sido criada por homem.
Isso me leva à "Saga Crepúsculo", li o primeiro livro e parei de ler o 2º, vi os dois filmes... e acho increvelmente irônico, um livro escrito por uma mulher e dirigido por outra ser tão "antifeminista", já que a personagem Bella só quer saber de correr atras do macho-alfa dela, e sempre é a "donzela" em perigo. Mais interessante é você perceber que a autora, como uma MÓRMON, prega a "abstinência" usando de metáfora o abraço vampírico (nada contra os mórmons, apenas apontando um fato).
Rodrigo: Legal o lance do Hefner, não sabia (Stan Lee meio que fez um cameo em homenagem ao playboy no primeiro filme do Homem de Ferro, né?). Bom, se um dia tiverem colhões de lançar um filme ou seriado sobre Jessica Jones, por exemplo, os produtores com certeza se surpreenderão com a boa receptividade do público, não só feminino como masculino também! Super-herói não é só coisa de menino, e até os meninos gostam de ver uma saia com cérebro e atitude de vez em quando, certo?
Um comentário:
Muito legal o post, galera. Mas sobre filmes com super-heroínas nos cinemas, teve a mulher-gato com a halle berry, não? Assim, nem vi o filme, mas acho que foi lançado nos cinemas. Ah, e vcs tão esquecendo da tank girl, uma heroína porreta - como disse o maia - que tinha o ice-t como canguru mutante de parceiro. Ela não aceitava desaforo de ninguém não - mas, ao mesmo tempo, acho o filme não fez muito sucesso.
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